
A
CONTABILIDADE EM FACE DO FUTURO E O NEOPATRIMONIALISMO.
Werno Herckert (luiz@abase.com.br)*
A
modificação dos conceitos em Contabilidade
é uma exigência da prática e da teoria,
em nossos dias . Os motivos que movem essa modificação
de óticas encontra-se na velocidade com que as
decisões se operam e que influem sobre as modificações
cada vez maiores dos ambientes que agem sobre a riqueza
das empresas . Nem os aspectos legais e nem os de propriedade
fechada são os que inspiram a Contabilidade verdadeiramente
moderna . O Neopatrimonialismo é a nova corrente
doutrinária que hoje traça cientificamente
os destinos desse milenar conhecimento e a filosofia lopesista
a que inspira essa nova tendência .
MEIO PATRIMONIAL E INFLUÊNCIAS AMBIENTAIS ENDÓGENAS
E EXÓGENAS
Na atualidade, toda célula social, deve adaptar-se
às mudanças rápidas do mercado ,
às novas tecnologias, às alterações
constantes das leis, da política financeira e cambial,
em suma, a uma série de alterações
que se operam em muitas coisas .
A Contabilidade, como ciência da riqueza da referida
célula social, precisa acompanhar essas mudanças.
São as influências ambientais exógenas
as que modificam a dinâmica dos meios patrimoniais,
sendo provenientes do mundo exterior à célula,
mas, agindo quer direta quer indiretamente sobre ela .
Tais câmbios de estados, de natureza externa mais
distante, vão influenciando a forma de administrar
a empresa , por tangerem os meios patrimoniais .
Outras influências, também ambientais, provenientes
de elementos externos, porém mais próximos,
derivados da administração e do pessoal,
sendo internos na célula, são igualmente
influências ambientais, mas, endógenas.
É importante o estudo e a análise dessas
influências ambientais internas e externas (endógenas
e exógenas) porque são forças inequívocas
que fazem movimentar o patrimônio.
As referidas influências são, também,
as que determinam a ocorrência das eficácias
ou ineficácias, gerando-se, em defluência
de fenômenos patrimoniais, matéria esta que
é a fundamental da ciência contábil.
É
importante, pois, o estudo da dinâmica do meio patrimonial,
sob tais óticas. Esta movimentação
constante, é que enseja o cumprimento ou não
dos objetivos da célula social .
MEIO
PATRIMONIAL E A EFICÁCIA
A função do meio patrimonial é o
exercício da riqueza, sendo volvida à satisfação
da necessidade. Quando ocorre a satisfação
da necessidade há eficácia e quando esta
não ocorre, há ineficácia.
Segundo
o Prof. Lopes de Sá: "O meio patrimonial terá
eficácia se, e, somente se, satisfazer a necessidade".
Assim, por exemplo, se o dono de uma Loja de Confecções
observa que tem um estoque de camisas e que necessita
vende-lo, para ter meios de pagamentos (dinheiro) em caixa
(necessidade) procura realizar as vendas fazendo "girar"
o que tem como objeto de seus negócios (fenômeno
circulatório).
Colocadas
as camisas cumpre uma etapa de trabalho e satisfaz a necessidade
pertinente.
No
exemplo referido ocorreu, pois, a eficácia. Todavia,
de posse dos meios líquidos de pagamento (dinheiro)
, volta a ter necessidades, por decorrência, ou
seja a de comprar mais camisas para voltar a vender as
mesmas (fenômeno circulatório) .
Há
um renovar constante de necessidades e uma meta igualmente
constante de conseguir-se a eficácia, como satisfação
do que se precisa .
Esse
movimento permanente de necessidades e da satisfação
delas é a que enseja a dinâmica natural da
eficácia .
Contabilmente, o objetivo de nossas análises deve
centrar-se nessas ocorrências porque representam
a essência dos fatos .
O MEIO PATRIMONIAL E A INEFICÁCIA
O meio patrimonial, se não satisfizer a necessidade,
será ineficaz.
Admitamos alguns fatos hipotéticos, para o estudo
de um caso ou seja o de uma empresa, que em um determinado
lugar ou cidade ( espacialidade) e em um determinado tempo
(temporalidade) defronta-se com a queda do poder de compra
dos consumidores de seus produtos .
Haverá,
nesse caso, uma retração de consumo que
é um fato econômico. O estudo deste acontecimento
interessa a Economia. A ciência econômica
é que estuda os fenômenos de mercado . Esta
influência ambiental exógena, exemplificada,
causará, todavia, ociosidade nos meios patrimoniais
daquela empresa hipotetizada.
Quando
a ocorrência atinge a célula social, em seu
patrimônio, o fenômeno já tem características
próprias e que como afirmou Aristóteles,
em sua Política, já não pertencem
ao estudo da Economia .
Já
não se trata, pois, de um fenômeno econômico,
para os contadores, mas, de uma influencia que proveniente
de algo externo, atingiu a riqueza interna da célula
social e que a empresa, promovendo efeitos específicos
.
Uma
coisa é o que ocorre no mercado em geral e outra
o que ocorre dentro de um negócio particular .
A
Contabilidade estuda a riqueza particularizada e as pressões
externas se analisam pelos efeitos que causam, sem preocupação
de conhecer as causas gerais, mas, sim as próprias
da empresa .
No
exemplo, a ociosidade dos estoques que não se vendem,
provocará perda de função ou de utilidade,
criando-se assim a ineficácia.
Toda ineficácia concorre para o declínio
funcional da célula social. A ineficácia
constante dos meios patrimoniais pode causar a deterioração
da capacidade funcional da empresa e até conduzi-la
à falência.
Tomemos o exemplo de uma empresa de revenda de automóveis
e peças que tenha falido. Ao observarmos as causas
do desequilíbrio da riqueza poderemos, por exemplo,
detectar que o principal motivo tenha sido o da ineficácia
de pagamentos a fornecedores, causada por desvio de capital
de giro .
A falência, entretanto, não abala só
a célula, mas, também a sociedade onde ela
se insere . Se empregados, de um momento para outro, perdem
seus empregos, a comunidade de uma forma ou de outra termina
prejudicada. A empresa como célula viva social
tem um desempenho, e, sua morte, acarreta desequilíbrios
.
À Contabilidade interessa, todavia, o que sucede
com a célula, em si, em face de sua riqueza, mas,
não pode desconhecer as influencias sociais e econômicas
que decorrem .
ESTÁTICA E DINÂMICA PATRIMONIAL NA MODERNIDADE
A estática patrimonial examina o meio ou riqueza
em seus estados estruturais e de equilíbrio pertinentes,
enquanto, a dinâmica, tem como escopo, o movimento.
Para
Masi, a "Estática Patrimonial objetiva a estrutura
do grande sistema da riqueza aziendal e a Dinâmica
Patrimonial a movimentação desta estrutura
quer sob o aspecto da qualidade dos elementos, quer sob
o de suas expressões em valor (qualitativo e quantitativo),
sendo o Levantamento Patrimonial a informação
racional que permite ter informação sobre
tais relações e aspectos, mas de maneira
científica."
Masi
nos diz: "Toda posição estática
contém em si elementos dinâmicos enquanto
exprime equilíbrio de valores patrimoniais que
em verdade possuem um movimento, a eles imprimido pela
vida da empresa: considerando o capital, pois, em determinado
momento (posição estática) podemos
aferir como se constitui o que ponto de equilíbrio
encontra e assim localizamos seu baricentro."
Também,
o Prof. Lopes de Sá, leciona : "Teoricamente
o patrimônio tenderia a estática, se não
sofresse a ação de agentes ambientais, mas,
é em razão da evolução permanente
dos elementos externos que a riqueza se movimenta."
Os
fatores ambientais exógenos influenciam na dinâmica
dos meios patrimoniais.
Para
esta afirmação podemos lembrar, como um
exemplo, a mudança das estações.
A
chegada do frio, recentemente, na região sul, trouxe
para as Lojas de Confecções um aumento de
até 20% em suas vendas. Os Brechós ( Loja
de roupas semi-novas) tiveram um aumento de até
60% em relação ao ano passado. As Farmácias,
em decorrência do rápido resfriamento do
tempo, tiveram um aumento nas vendas de remédios
para gripe e resfriados.
Observamos
por esses singelos exemplos que houve um aumento nas vendas
de roupas para o frio e de remédios para problemas
respiratórios típicos da época de
frio, tudo em decorrência de fatores externos à
célula social .
Ao
analisarmos estes fatos observamos que:
1o. Aumentou o fenômeno circulatório (venda)
dos meios patrimoniais das Lojas de Confecções,
Brechós e Farmácias.
2o. O aumento do fenômeno circulatório dos
meios patrimoniais foi causado por influência ambiental
exógena (aumento do frio).
Podemos
concluir que:
As
influências ambientais exógenas causam fenômenos
patrimoniais.
As
influências ambientais exógenas, podem aumentar
ou diminuir o fenômeno circulatório(venda)
dos meios patrimoniais, alterando composições
da riqueza, assim como as funções de todos
os seus sistemas patrimoniais .
Assim
como o fenômeno natural, no exemplo, sendo o aumento
do frio, pode trazer benefícios a alguns setores
do mercado, trará, igualmente, influências
negativas a outros segmentos .
O
frio resulta em diminuição de vendas de
sorvetes, picolés, bebidas como cervejas, refrigerantes,
etc. Cria-se, nesse período, uma diminuição
do fenômeno circulatório destes setores da
economia.
Quando
há diminuição de vendas há
ocorrência de ociosidade de meios patrimoniais.
Observamos que a influência ambiental exógena
traz benefícios para alguns setores e prejuízos
para outros.
Estas
influências sobre os meios patrimoniais são
constantes e devem ser objetivadas como naturais no estudo
dos fatos contábeis .
Ao
observarmos o patrimônio de uma empresa parece que
o mesmo está estático. Na realidade, todavia,
a riqueza é sempre dinâmica e se movimenta
constantemente. Mesmo se algumas transformações
escaparem às nossas observações aparentes,
nunca, essencialmente, deixarão de existir.
As
mutações constantes, pois, defluentes de
atos da administração ou do pessoal, mesmo
externas à riqueza, em si, por este conjunto de
fatores derivados de origem de recursos e aplicações
de recursos, serão sempre geradoras da dinâmica
patrimonial. Nesse dinamismo constante, são criados
os fenômenos patrimoniais que devem ser estudados
em suas causas, como é o natural no campo de todas
as ciências (que preferencialmente procuram conhecer
as causas como explicações lógicas
de verdades ou realidades que aceitamos) .
FENÔMENO PATRIMONIAL
Toda e qualquer ocorrência que se manifesta na essência
da riqueza aziendal é um fenômeno patrimonial
.
Seja ou não alcançável pela observação
ou percebido pelo homem, tudo o que por si mesmo sucede
ao patrimônio aziendal é fenômeno patrimonial".
(pg. 147, Teoria da Contabilidade, Prof. Lopes de Sá).
Sempre
que um fato modificar a riqueza da célula social
dará origem a um fenômeno patrimonial.
O
pagamento de uma duplicata é um fenômeno
patrimonial. A compra de uma mercadoria é fenômeno
patrimonial. A venda de mercadoria é um fenômeno
patrimonial. Há mutação patrimonial.
Há uma ocorrência variadíssima de
fenômenos patrimoniais que a cada momento se processa,
tenha a empresa o porte que tiver. Numa pequena célula
social as ocorrências de fenômenos patrimoniais
podem ser menores, mas, não deixarão de
suceder por efeito das transformações constantes
que são as da natureza de toda riqueza .
Importante, para a Contabilidade, é o percurso
entre a necessidade e a satisfação desta.
Como
há um risco em todo movimento da riqueza, embora
esses sejam os da natureza das atividades, só são
considerados como normais, naturais, os fenômenos
que se protegerem contra os azares dos negócios.
Um
motor parado, por exemplo, causa uma disfunção
patrimonial. A Contabilidade, todavia, tanto estuda os
fenômenos patrimoniais naturais quanto os inaturais.
Os
modelos contábeis, devem ser construídos
tendo por base as ocorrências normais e que resultam
em eficácia. O mesmo ocorre na medicina onde o
corpo humano que se tem por base é aquele de um
ser normal . Para os casos anormais tem-se um estudo específico
e que é o da Patologia . A Contabilidade, não
exclui o estudo e a analise dos fatos inaturais, mas,
como no caso da medicina os estuda no campo das anormalidades
.
A
falta de dinheiro para pagar os fornecedores na data apropriada,
é inatural.
A
má utilização de matéria prima
ou o seu desperdício, é inatural.
Compra-se
mercadoria, por exemplo, para que esta cumpra plenamente
sua função de ser o veiculo básico
do lucro e isto é o "natural" (comprar
por um preço e vender por outro que cubra todos
os encargos e deixe margem de lucro) .
O
estudo do fenômeno patrimonial é a matéria
essencial da Contabilidade. O que interessa é saber,
entretanto, é se o fenômeno causou eficácia
ou ineficácia.
O registro dos fatos, com a devida mensuração,
a demonstração, são importantes na
Contabilidade, mas, o "mais importante" é
a explicação do fenômeno patrimonial
e a análise da capacidade de ser este eficaz ou
ineficaz.
Para
a analise do Consultor Contábil é essencial
conhecer as conseqüências do fenômeno
patrimonial e o registro contábil não passa
de um simples instrumento.
A venda de uma mercadoria é um fenômeno patrimonial
e isto gera um registro contábil. Importante, todavia,
é saber o que tal fato influiu para a ocorrência
da eficácia, quer relativa dos sistemas, quer para
a absoluta da célula .
O registro contábil deve espelhar a realidade do
fato ocorrido na empresa, mas a opinião sobre o
fato ocorrido, além de precisa, deve ter comparações
com a realidade desejável (esta a razão
dos modelos científicos em Contabilidade segundo
nos afirma Lopes de Sá) .
À
ciência só interessa a verdade. A verdade
se busca na observação de fatos concretos,
de fatos que espelham a realidade e são esses fatores
que geram a opinião e servem de base para os aludidos
modelos .
Galileu Galilei ao formular sua lei da queda livre dos
corpos usou as observações e o resultados
dos experimentos, mas só opinou quando encontrou
relações lógicas entre eles (esta
a razão do Neopatrimonialismo lopesista inspirar-se
em relações lógicas dos fenômenos
patrimoniais).
INÉRCIA E MOVIMENTO PATRIMONIAL PERANTE O NEOPATRIMONIALISMO
Um dos axiomas da teoria das funções sistemáticas
do Prof. Lopes de Sá diz: "O meio patrimonial
(Pm) tende a implicar em movimento, o que implica logicamente
em transformação (Tr) da riqueza, nas células
sociais".
Este
axioma é fundamental para a dinâmica da riqueza.
Sempre que houver movimento patrimonial há transformação
da riqueza. Tais relações são inerentes
e fundamentais .
Podemos
afirmar, também, como ilação, que
o aumento da intensidade funcional do meio patrimonial
depende de influências ambientais endógenas
e exógenas. Igualmente, o declínio da intensidade
funcional do elemento patrimonial deflui dos mesmos motivos.
Assim, ao sabor dos entornos da riqueza aumentam ou diminuem
as intensidades dos movimento do patrimônio.
É
inegável que o Neopatrimonialismo, através
de seus teoremas (a única corrente de pensamento
que elaborou Teoria a partir de um considerável
número de teoremas), aqueles de Lopes de Sá,
Nepomuceno e outros, tenha sido o responsável por
uma visão mais avançada dos conceitos abertos
e sistemáticos em Contabilidade , competentes para
uma nova visão dinâmica dos fenômenos
da riqueza das células sociais .
Reconheceu, a teoria das funções sistemáticas,
em seus enunciados que a riqueza, por si só, tende
a não causar movimentos e fenômenos circulatórios
e que estes só possuem capacidade de oferecer julgamento
se sistematizados. Estabeleceu, o pensamento lopesista,
ser necessária a influência ambiental endógena
e exógena para que a inércia seja rompida
e enunciou o grupo das relações lógicas
ambientais como agregado .
Enunciou,
o Neopatrimonialismo, que a ação endógena
ocorre quando o movimento ou fenômeno circulatório
é causado pela administração ou pessoal,
mas, atou tais fatos a dois grandes grupos genéticos
: o da idealização e o da materialização.
Assim, aceito em meus estudos como filiado à essa
corrente , a mais moderna da Contabilidade . No caso referido,
por exemplo, se uma mercadoria é comprada e deixada
no estoque, tende a ficar ali até que um fato a
movimente. Um dos teoremas de Lopes de Sá, o líder
intelectual do Neopatrimonialismo, diz: "Enquanto
um meio patrimonial não produz função,
tende a permanecer em seu estado inercial".
O entorno da riqueza, interno ou endógeno, é
o principal fator da maior parte das movimentações
rotineiras, mas, não podemos negar o que também
sucede a cada momento, proveniente do mundo exterior.
Tudo circula ao sabor de ações e a maioria
destas provem dos entornos da riqueza.
O mesmo enunciou Isaac Newton para os corpos, na Física.
Não devemos confundir, todavia, o movimento em
Contabilidade com aquele da Física.
Em contabilidade o movimento produz transformação
e o meio patrimonial pode até estar fisicamente
parado. Para a Física, o movimento do corpo (massa)
se move obrigatoriamente, deslocando-se, atuado por uma
força que sobre o mesmo agiu.
O Prof. Lopes de Sá nos ensina que "Movimento
é tudo aquilo que produz a transformação,
quer de necessidade, quer de finalidade, quer de utilidade
ou função, quer de qualidade, quer de quantidade,
quer de tempo, quer de espaço, etc." E acrescenta
que: "O Circulante produz movimento mas, nem todo
movimento do patrimônio é de natureza circulante".
"Todo fato competente para alterar as relações
lógicas que determinam os fenômenos patrimoniais
é um movimento patrimonial."
O
movimento patrimonial se dá quando o padeiro compra
farinha (matéria prima) e a transforma em pão
ou quando o carpinteiro compra a madeira e a transforma
em móveis para vender.
Outra transformação ocorre, mesmo sem qualquer
movimento interno, quando uma empresa possui um motor
e este é superado por outro de muito maior capacidade
de rendimento e que surge no mercado (obsolescência)
.
Houve, no exemplo, um movimento patrimonial e não
um movimento físico. O motor permaneceu no estoque,
parado, mas, perdeu sua utilidade e valor por influência
ambiental exógena.
A obsolescência independe de ação
interna, decorrendo sempre de fato externo. Hoje, é
um problema muito sério. Há uma rápida
inovação dos meios patrimoniais, em decorrência
de novas tecnologias.
É
o caso de uma empresa de Autopeças que constantemente
precisa renovar seu estoque. Se não o fizer correrá
o risco de seus meios patrimoniais tornarem-se obsoletos,
em face de novas tecnologias empregadas nos automóveis.
Também
é o caso de uma empresa de Informática,
onde há mudanças rápidas e constantes.
A fabricação de novos componentes eletrônicos
vai substituindo os que estão no mercado. É
um dos setores da economia que teve um desenvolvimento
rápido nos últimos anos e que corre sérios
riscos.
A
compra de um elemento eletrônico, deixado no estoque,
uma vez obsoleto, tende à inércia.
"A
inércia é uma abstração, de
uma posição relativa, porque é da
natureza do patrimônio render utilidade através
da utilização constante da riqueza aziendal".(pg.
157 T. Contabilidade, Prof. Lopes de Sá)
Um meio patrimonial adquirido e armazenado, fica em estado
de inércia até que um fato produza movimento.
Na inércia ele continua sua potencialidade, mas,
sua capacidade funcional, poderá ser alterada por
influências ambientais exógenas a qualquer
momento. Se no mercado por questão de concorrência,
houver baixa de preço, o mesmo sofrerá transformação
em seu valor. Houve assim um movimento patrimonial. Este
também é um caso de perda de potencialidade.
Todo meio patrimonial adquirido e integrado ao patrimônio,
portanto, esta sujeito a influências ambientais
constantes, quer sejam estas endógenas ou exógenas.
Ele pode estar em estado estático (teoricamente)
mas ocorre que constantemente haverá influências
ambientais externas sobre o mesmo que implicam em transformação
e esta em aspecto de dinâmica patrimonial .
Não podemos esquecer que a célula social
faz parte do entorno ou continente onde ela está
inserida. A mesma recebe influências ambientais
internas e externas como , por interação,
também influi neste ambiente. Esta interação
é uma realidade e as teorias lopesistas se preocupam
em reunir tais realidades em teoria própria .
O Neopatrimonialismo, ao se preocupar com tudo isto, assoma-se
como a doutrina da Contabilidade que no terceiro milênio
tem condições de suportar a evolução
acelerada de um mundo em alta velocidade de transformações
.
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